Olá pessoal!
Espero encontrá-los/as bem.
Entendo a
prática pedagógica como prática social que se organiza a partir da definição de
objetivos, finalidades e conhecimentos, que toma o processo de
ensino-aprendizagem como algo que pode se dar em diferentes espaços, desde que
conduzida por um profissional que esteja preparado para lidar com uma prática
pedagógica sistematiza ou não.
Surge daí a necessidade de um
mediador que fosse capaz de formar esses profissionais, relacionando a teoria
com a prática. Esse mediador teria que saber lidar com a prática de ensino, sem
deixar de lado seu caráter humano, sua preocupação com o sujeito. E esse
profissional não podia ser ninguém mais que o pedagogo (NASCIMENTO et al,
2010, p. 62).
Sob essa ótica é
preciso referendar o papel social e transformador do pedagogo para além da
escola. Nessa nova geografia, o lugar da educação tem seus territórios e
fronteiras ampliados e se articula na premissa de que estamos constantemente
aprendendo e ensinando. Trago uma frase de Paulo Freire que nos ajuda a pensar
sobre essa dimensão do ensinar e do aprender com alegria, o que corresponde, em
articulação com a metáfora que escolhi para a organização da escrita deste
texto – em minha opinião - a redesenhar e colorir. Freire escreveu: “A alegria
não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E
ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da
alegria”. A alegria das cores que vão sendo agregadas ao texto e a dimensão da
prática pedagógica do pedagogo nos diferentes espaços incorporam as
transformações contemporâneas que vem contribuindo para o entendimento da
educação como um fenômeno multifacetado e que ocorre de várias formas (e cores).
Mas
como essas cores vão sendo agregadas ao texto nesse redesenho? De acordo com
Nascimento et al (2010), o fazer
pedagógico em espaços não escolares se relaciona às atividades que envolvem
trabalho em equipe, planejamento, formação pessoal, orientação e coordenação,
mas não se restringem a isso. Nesse sentido o pedagogo precisa conhecer
estratégias para lidar com estudantes com diferentes condições de acesso ao
material fornecido pela escola em tempos de pandemia, ter facilidade de
comunicação, ser criativo, inovador e propositivo, características que já
faziam parte de suas atividades na escola e que agora assumem outros contornos
enquanto possiblidade de práticas em espaços não-escolares (formais). Da mesma
forma que ocorre na escola, toda a atividade do pedagogo em outros espaços
envolve um (ou mais) objetivo/s, uma (ou mais) intencionalidade/des. O que
significa que
O
pedagogo gerencia mais do que aprendizagens, gerencia um espaço comum, o
planejamento, a construção e a dinamização de projetos, de cursos, de materiais
didáticos, as relações entre o grupo de alunos ou colaboradores. Isso significa
que não basta possuir inúmeros conhecimentos teóricos sobre determinado
assunto, é preciso saber mobilizá-los adequadamente (FRISSON, 2004, p. 89).
Esse fazer reconfigurado, REDESENHADO só é possível ao pedagogo porque sua formação é sistematizada, orgânica e global e tem como objetivo a formação de sujeitos humanizados e emancipados. Mas não existem receitas em relação ao modo de fazer as intervenções nos espaços não-escolares, cabendo ao profissional escutar as demandas, avaliar a realidade de cada estudante e propor possibilidades de práticas com vistas a resolução de problemas identificados.
E por que não existem receitas/manuais? Essa é uma pergunta que pode parecer óbvia, mas não é. Porém, ainda assim, a resposta é simples. Porque cada estudante tem características próprias e demandas especificas que precisam ser consideradas em cada proposta de ação. Trata-se de uma complexificação do trabalho do pedagogo cuja abrangência se modifica. Algo que Tardif (2003) já trouxe em seu discurso ao relacionar a variedade de saberes necessárias ao pedagogo em relação a diversidade de sua atuação.
Já estou me acostumando a escrever pra você sobre as minhas experiências e rotinas na Residência. Logo apareço por aqui de novo para atualizá-lo/a sobre o que aconteceu de novo na escola. Pode esperar! Tenho muito ainda pra contar...
Um abraço fraterno virtual,
Dani
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