quinta-feira, 3 de junho de 2021

9 Possibilidades do educar: o redesenho das práticas na Residência Pedagógica pensando fora da caixa

 Olá pessoal!

Espero encontrá-los/as bem.

    Vou tentar nesta postagem finalizar algo que iniciei com a publicação de 03 de março de 2021, 6 Redesenhando as possibilidades do Educar em Tempos de Covid -19: atravessamentos e possibilidades para a Residência Pedagógica, quando conversei com você sobre algumas questões que se colocaram como desafios para as práticas dos residentes (da Residência Pedagógica), desde 2020 (e que permanecem em 2021) por causa da pandemia. Questões que exigiram uma reorganização e, consequentemente, uma reinvenção da escola e da educação). É uma espécie de tentativa de conclusão de ideias que foram sendo coloridas, aos poucos, ao longo das práticas na Residência Pedagógica.

Entendo a prática pedagógica como prática social que se organiza a partir da definição de objetivos, finalidades e conhecimentos, que toma o processo de ensino-aprendizagem como algo que pode se dar em diferentes espaços, desde que conduzida por um profissional que esteja preparado para lidar com uma prática pedagógica sistematiza ou não.

 

Surge daí a necessidade de um mediador que fosse capaz de formar esses profissionais, relacionando a teoria com a prática. Esse mediador teria que saber lidar com a prática de ensino, sem deixar de lado seu caráter humano, sua preocupação com o sujeito. E esse profissional não podia ser ninguém mais que o pedagogo (NASCIMENTO et al, 2010, p. 62).

 

Sob essa ótica é preciso referendar o papel social e transformador do pedagogo para além da escola. Nessa nova geografia, o lugar da educação tem seus territórios e fronteiras ampliados e se articula na premissa de que estamos constantemente aprendendo e ensinando. Trago uma frase de Paulo Freire que nos ajuda a pensar sobre essa dimensão do ensinar e do aprender com alegria, o que corresponde, em articulação com a metáfora que escolhi para a organização da escrita deste texto – em minha opinião - a redesenhar e colorir. Freire escreveu: “A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria”. A alegria das cores que vão sendo agregadas ao texto e a dimensão da prática pedagógica do pedagogo nos diferentes espaços incorporam as transformações contemporâneas que vem contribuindo para o entendimento da educação como um fenômeno multifacetado e que ocorre de várias formas (e cores).

Fonte: https://designcomcafe.com.br/wp-content/uploads/2020/11/paleta-de-cores-cores3.jpg Acesso em: 03 jun 2021.

Mas como essas cores vão sendo agregadas ao texto nesse redesenho? De acordo com Nascimento et al (2010), o fazer pedagógico em espaços não escolares se relaciona às atividades que envolvem trabalho em equipe, planejamento, formação pessoal, orientação e coordenação, mas não se restringem a isso. Nesse sentido o pedagogo precisa conhecer estratégias para lidar com estudantes com diferentes condições de acesso ao material fornecido pela escola em tempos de pandemia, ter facilidade de comunicação, ser criativo, inovador e propositivo, características que já faziam parte de suas atividades na escola e que agora assumem outros contornos enquanto possiblidade de práticas em espaços não-escolares (formais). Da mesma forma que ocorre na escola, toda a atividade do pedagogo em outros espaços envolve um (ou mais) objetivo/s, uma (ou mais) intencionalidade/des. O que significa que

 

O pedagogo gerencia mais do que aprendizagens, gerencia um espaço comum, o planejamento, a construção e a dinamização de projetos, de cursos, de materiais didáticos, as relações entre o grupo de alunos ou colaboradores. Isso significa que não basta possuir inúmeros conhecimentos teóricos sobre determinado assunto, é preciso saber mobilizá-los adequadamente (FRISSON, 2004, p. 89).

 

Esse fazer reconfigurado, REDESENHADO só é possível ao pedagogo porque sua formação é sistematizada, orgânica e global e tem como objetivo a formação de sujeitos humanizados e emancipados. Mas não existem receitas em relação ao modo de fazer as intervenções nos espaços não-escolares, cabendo ao profissional escutar as demandas, avaliar a realidade de cada estudante e propor possibilidades de práticas com vistas a resolução de problemas identificados.

E por que não existem receitas/manuais? Essa é uma pergunta que pode parecer óbvia, mas não é. Porém, ainda assim, a resposta é simples. Porque cada estudante tem características próprias e demandas especificas que precisam ser consideradas em cada proposta de ação. Trata-se de uma complexificação do trabalho do pedagogo cuja abrangência se modifica. Algo que Tardif (2003) já trouxe em seu discurso ao relacionar a variedade de saberes necessárias ao pedagogo em relação a diversidade de sua atuação.

Já estou me acostumando a escrever pra você sobre as minhas experiências e rotinas na Residência. Logo apareço por aqui de novo para atualizá-lo/a sobre o que aconteceu de novo na escola. Pode esperar! Tenho muito ainda pra contar...



Um abraço fraterno virtual,

Dani


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